Escleroterapia líquida: a famosa aplicação dos vasinhos
Existem hoje dois possíveis tratamento para telangiectasias (os vasinhos): escleroterapia líquida e laser transdérmico. Nesse tópico falaremos sobre escleroterapia líquida.
Escleroterapia líquida é tudo igual?
Não. Existem várias substâncias usadas para a escleroterapia e as mais usadas no Brasil são ethamolin, polidocanol e glicose hipertônica, diferindo entre si em potência de esclerose, contra-indicações e efeitos colaterais.
A indicação de cada uma delas é individualizada, também levando em consideração a experiência do angiologista.
Quem pode fazer escleroterapia?
Esse é o método indicado para quem deseja tratar as telangiectasias ou vasinhos, seja isolado ou associado ao tratamento cirúrgico de varizes.
Quem não pode fazer?
Contra-indicações absolutas:
pessoas com imobilidade prolongada
portadores de trombose venosa profunda aguda
presença de infecção local ou sepse
Contra-indicações relativas:
grávidas
portadores de tromboflebite
portadores de doença cardiovascular descompensada
portadores de insuficiência arterial periférica grave
portadores de reação alérgica ao esclerosante
portadores de comunicação interatrial
portadores de asma grave
lactantes
pacientes com edema não compensado
Predisposição alta à trombose
Fazer escleroterapia dói?
A escleroterapia pode provocar dor ou desconforto quando a agulha é inserida na veia ou mesmo sensação de queimação no local depois, quando o líquido é inserido. No entanto, esta dor costuma ser suportável ou pode ser atenuada com o uso de uma pomada anestésica na pele ou ar gelado, por exemplo.
Quantas sessões são necessárias?
O número de sessões de escleroterapia varia bastante de acordo com cada caso e é maior dependendo da quantidade e tipo de telangiectasias.
Quais cuidados devo tomar no dia da escleroterapia?
Evitar atividades físicas pesadas no dia do procedimento
Não usar cremes no dia do procedimento
Não tomar sol antes do procedimento e por aproximadamente 2 a 3 semanas após
Evitar atividades físicas pesadas
Usar a terapia compressiva prescrita no tempo recomendado (ataduras ou meias elásticas)
Evitar viagens prolongadas na primeira semana do procedimento
Quais são os possíveis efeitos colaterais?
Hiperpigmentação inflamatória (1-10%)
Matting (1-10%)
Urticária local (<0,01%)
Necrose cutânea (<0,01%)
Microtrombos (<0,01%)
Flebite (<0,01%)
Trombose venosa profunda (<0,01%)
Escotomas cintilantes (<0,01%)
Reações alérgicas (<0,01%)
Os vasinhos podem voltar?
Por terem causa genética, os vasinhos não têm cura definitiva e o tratamento disponível não impede que outros surjam com o tempo. No entanto, algumas medidas após o procedimento podem evitar ou retardar a evolução da doença (veja o artigo aqui)
O ideal é que, aos primeiros sinais de seu aparecimento, se procure um angiologista para o tratamento precoce, o que evita a piora e a necessidade de tratamentos mais complexos e demorados.
Bibliografia:
Indian J Dermatol Venereol Leprol. Standard guidelines for care: sclerotherapy in dermatology. 2011 Mar-Apr;77(2):222-31. doi: 10.4103/0378-6323.77478
Phlebology. European guidelines for sclerotherapy in chronic venous disorders 2014 Jul;29(6):338-54. doi: 10.1177/0268355513483280. Epub 2013 May 3
Dra Karolina Frauzino é Médica Cirurgiã Vascular, dedicada ao tratamento de doenças venosas, Membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular e possui Título de Especialista em Cirurgia Vascular pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular
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