Você que tem ou teve trombose, já deve ter ouvido o nome heparina enquanto levava aquelas injeçõezinhas na barriga.
Ou talvez tenha ouvido um nome parecido: enoxaparina ou heparina não fracionada.
Todos esses são remédios anticoagulantes à base da substância heparina.
Só para lembrá-los, o anticoagulante não é o nome de um remédio só, mas uma gama de medicamentos diferentes (heparina, marevan, rivaroxabana, endoxabana etc) e que agem de formas diferentes para um mesmo objetivo: agem na coagulação do sangue para afinar o sangue.
Pensando nisso, hoje o artigo é somente sobre a heparina.
O que é a heparina?
É um tipo de anticoagulante usado na prevenção ou no tratamento da embolia arterial ou da trombose arterial ou trombose venosa (lembra que existem dois tipos de trombose? Se não, clica aqui).
Para que serve a heparina?
A heparina serve para afinar o sangue. Ela age em uma etapa da reação complexa de coagulação do sangue, impedindo a formação de coágulos, também chamados de trombos.
Uso da heparina na prevenção da trombose:
Pode ser usada para prevenir tanto a trombose arterial como a trombose venosa.
Quando o médico constata que o paciente tem alto risco de ter trombose em um momento específico, como nos casos de gravidezes de alto risco, na internação com repouso prolongado e, mais recentemente, na internação por COVID.
Caso o médico constate que o paciente tem baixo risco ou médio risco de ter trombose em um momento específico, a heparina não vai ser prescrita.
Uso da heparina no tratamento da trombose:
Pode ser usada no tratamento tanto da trombose ou da embolia arteriais como no tratamento de trombose venosa.
Geralmente usamos quando paciente já foi diagnosticado com a trombose.
Como são administrados os anticoagulantes à base de heparina?
Uma notícia ruim: não há comprimidos de heparinas.
As heparinas só existem na forma de injeção, vendidas em seringas já com a dose certa que podemos injetar na veia ou no músculo ou no subcutâneo.
As injeções subcutâneas são facilmente administradas pelo próprio paciente em casa, sem necessidade de ir para o hospital.
São prescritas para administração 1 vez ou 2 vezes ao dia.
Os locais de injeção mais comuns são: lateral da barriga ou face medial da coxa.
A dor da injeção é bem tolerada e é normal o local ficar roxo depois da aplicação.
Quais são os riscos de tomar heparina?
Queda do número de plaquetas no sangue
Sangramento
Alergia
Quais são os sinais de sangramento com heparinas?
Os tipos de sangramentos mais comuns são: na urina, na gengiva e no nariz.
O que fazer se eu tiver um sangramento usando heparina?
Primeiro: comprimir o local de sangramento, caso consiga.
Segundo: procurar pronto-atendimento e informar ao médico que usa heparina.
O tratamento médico desses casos pode variar de: comprimido para diminuir o sangramento, injeção de um antídoto da heparina chamado de protamina ou mesmo transfusão de sangue.
Quando é proibido usar a heparina?
Os mais comuns são:
Sangramento ativo
AVC/derrame hemorrágico recente
Doença grave no rim
História de queda do número de plaquetas no sangue causada pela heparina
Nível de plaquetas muito baixos
Alergia conhecida à heparina
Quais são os cuidados que devo ter ao tomar heparina?
Tenho um vídeo só sobre isso: Dicas de ouro para quem toma anticoagulante. Vale a pena ver!
Heparinas aumentam o sangramento menstrual?
Sim. As heparinas costumam aumentar o volume do sangramento menstrual, mas sem aumentar o tempo de menstruação. Apesar do incômodo, geralmente não traz maiores problemas, pois o organismo normal consegue repor o sangue perdido. Em algumas mulheres, como as que já têm deficiência de ferro ou miomas, pode causar anemia.
Uso da heparina durante a Gravidez:
Heparinas são os únicos anticoagulantes permitidos durante a gravidez. Todos os outros anticoagulantes são contraindicados durante a gravidez.
Seja para prevenir a trombose ou para tratamento da trombose durante a gravidez, o uso é de heparinas.
Nesse link, falo sobre o tratamento da trombose na gravidez.
Dra Karolina Frauzino é Médica Angiologista em Brasília-DF e atua com foco em doenças venosas, como varizes e trombose. É membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular e possui Título de Especialista em Cirurgia Vascular pela AMB e SBACV.