Muitas pacientes chegam no consultório com a mesma queixa: fiz várias sessões de aplicação e não mudou nada!
Vamos entender por que isso acontece?
Antes de ler me responde: o que você vê na foto ao lado? Varizes e vasinhos ou só os vasinhos?
Primeiro: Não tratou a raiz do problema
Na consulta com o angiologista, um dos objetivos do exame físico é verificar se aqueles vasinhos estão conectados com veias nutridoras. Fácil entender o nome dado a essas veias, né?! Essas veias nutridoras são veias doentes, com refluxo, que transferem o refluxo para os microvasos.
E quando não tratamos a raiz do problema, podemos cair em três resultados:
funcionar - se veia nutridora for pequena e a substância esclerosante conseguir lesá-la, conseguiremos tratar os vasinhos. Garantia? Nenhuma.
funcionar, mas "voltar" rápido - manter uma veia nutridora sem tratamento, pode gerar novos vasinhos em pouco tempo naquela região
não funcionar - enxugar gelo, entende? A circulação da veia nutridora "lava" minha substância do vasinho antes de fazer efeito a cada vez que injetamos. Aqui: resultado zero.
Quando você faz várias sessões de escleroterapia sem sucesso, a chance é muito grande de que você está nesse grupo.
E como tratar a veia nutridora? Nesse caso, acrescentar no planejamento do tratamento a microcirurgia, a associação da escleroterapia com o laser transdérmico ou a escleroterapia com espuma podem ajudar a solucionar o problema.
Segundo: Sumiu, mas você não viu
Por essa segunda razão, os angiologistas estão cada vez mais adeptos da documentação fotográfica "antes e depois" para avaliar a evolução do tratamento.
Sabemos que uma sessão naquele vasinho, seja de laser ou de escleroterapia, pode não ser suficiente para tratar destruir completamente aquele vasinho e necessitar de mais de uma sessão naquele local, porém o "zero resposta" não é o resultado que queremos e somente a documentação fotográfica pode nos dar essa resposta.
Terceiro: Escleroterapia não é tudo igual
Hoje temos vários tipos de escleroterapia com o uso de substâncias diferentes que possuem nível de potência diferente e modo ação diferente. Dependendo do tipo de tratamento escolhido, teremos tempo de tratamento diferentes o que significam mais ou menos sessões.
Mas a escolha da substância não é tão simples assim: há tipos de vasinhos que respondem de forma diferente a diferentes substâncias.
O uso combinado de escleroterapia com o laser transdérmico veio para acelerar o tratamento dos vasinhos e, nos casos que ele é indicado, ajuda a reduzir o número de sessões.
Dra Karolina Frauzino é médica cirurgiã vascular em Brasília, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular e dedicada ao tratamento de doenças venosas.
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