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Imagina só:
Não bastasse de uma hora para outra você receber a notícia de que há um vaso sanguíneo entupido na sua perna
Não bastasse saber que o tratamento dessa condição pode durar 3, meses, 1 ano ou até mesmo a vida toda
Não bastasse o vascular dizer que não sabe o que foi que causou a sua trombose
Para completar, você ainda tem que conviver com dois outros riscos que possivelmente nunca ouvira falar e que podem te matar: embolia pulmonar e síndrome pós-trombótica.
É para arrancar os cabelos, né?!
Pois então, o artigo de hoje foi feito para explicar um pouco o que sobre essas duas complicações e te atualizar sobre o que temos de informação hoje para minimizar a chance de elas acontecerem.
A síndrome pós-trombótica
Para contextualizar:
Todas as vezes em que temos uma agressão e inflamação no corpo, temos a formação de uma cicatriz - na pele, nos órgãos e nas veias também.
A trombose causa uma agressão na veia comprometida e necessariamente há a formação de cicatriz naquela veia à medida que o coágulo vai sendo dissolvido pelo corpo.
Essa cicatriz começa a se formar em torno de 1 mês após a trombose e vai se modificando até 1-2 anos da doença. Após esse tempo, ela não mais se modifica e permanece daquela forma para sempre a menos que a veia sofra novo episódio de trombose.
Acontece que essa cicatriz pode ter diferentes comportamentos na veia:
Pode ser pequena a ponto de não atrapalhar significativamente o funcionamento daquela veia e mesmo nem aparecer no exame de Ecodoppler
Pode ser grande aponto de atrapalhar a função de bombeamento daquela veia, causando o chamado refluxo
Pode ser grande o bastante a ponto de ocluir totalmente aquela veia
O primeiro caso é o melhor dos mundos e não teremos a síndrome pós-trombótica.
Nos dois últimos casos, teremos a chamada síndrome pós-trombótica - uma sequela da trombose em que a circulação de retorno fica prejudicada por oclusão ou refluxo da veia que teve trombose.
E quais são os sintomas?
Aparecimento gradual, após o primeiro mês da trombose:
Inchaço na perna ao final do dia
Cansaço na perna ao final do dia
Escurecimento gradual e permanente da pele do tornozelo
Aparecimento de feridas na pele do tornozelo e que não cicatrizam
Aparecimento de varizes na perna da trombose
E como fazer para minimizar o risco de se ter a síndrome pós-trombótica?
Saber quais são os fatores que podem aumentar o risco de se ter a síndrome pós-trombótica.
Alguns desses fatores infelizmente estão fora do nosso controle, porém outros podem ser facilmente modificáveis.
Fatores de risco relacionados à síndrome pós-trombótica:
Comprometimento de veias maiores - veia poplítea, veia ilíaca, veia femoral
Sintomas intensos e persistentes
Refluxo valvar
Obstrução residual
Obesidade - IMC > 30
2o episódio de trombose na mesma perna
Varizes primárias
Idade
Fatores que minimizam riscos de se ter síndrome pós-trombótica:
Uso de meia compressiva
Uso de DOACs
Tratamento anticoagulante precoce
Prevenir re-trombose
Fatores que não interferem nos riscos de se ter síndrome pós-trombótica:
Trombofilia
Sexo
Dra Karolina Frauzino é Angiologista em Brasília-DF, focada no tratamento de doenças venosas e linfáticas. Possui Título de Especialista em Cirurgia Vascular pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular e é Membro da Sociedade Brasileira de Laser em Cirurgia.
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